Presidente brasileiro diz que vai manter suas convicções para fazer alerta a "aventureiros"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que seu governo "não tem nada para repensar" em relação a Honduras e que, portanto, não reconhecerá o resultado das eleições deste domingo.

- No caso de Honduras, tive uma conversa com (o chanceler) Celso Amorim e lhe disse que o Brasil não tem por que repensar nada.

Lula fez a declaração após chegar ao balneário português de Estoril, para participar da 19ª Cúpula Ibero-Americana.

- Nós necessitamos, às vezes, manter nossas convicções sobre as coisas, porque isso serve como um alerta para outros aventureiros.

Desde o dia 28 de junho, quando o presidente hondurenho Manuel Zelaya foi deposto, Lula anunciou que não reconheceria o governo que o substituiu no poder.

O presidente também disse que Zelaya poderá permanecer na embaixada brasileira em Tegucigalpa o tempo que for necessário.

- Pode ficar até que o governo (golpista) lhe garanta a vida. O fato de que os golpistas não tenham permitido que o presidente voltasse para comandar o processo eleitoral, é um sinal muito perigoso.

Em relação às diferenças surgidas na região ibero-americana sobre o reconhecimento ou não das eleições realizadas hoje, Lula declarou que "cada país tem soberania" para tomar suas próprias decisões.

- Vejo que, às vezes, na União Europeia, que está tentando construir uma unidade há 50 anos, há países que aprovam uma coisa e outros que não a aprovam, e eles não o veem como uma divisão, mas como uma consequência normal do exercício da democracia em cada país.

Lula comentou que, em seu caso, tem discordâncias em relação à crise em Honduras com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mas avaliou sorridente que "se não há divergências entre dois chefes de Estado, as coisas não têm nenhuma graça".

A situação em Honduras ocupou hoje boa parte da agenda dos ministros das Relações Exteriores ibero-americanos, que acertaram trabalhar em um projeto de declaração na busca de um consenso sobre as diferentes posturas que há na comunidade sobre a legitimidade do pleito de hoje.

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