Maioria dos países da comunidade internacional não reconhece pleitoHonduras realiza neste domingo (29) suas eleições presidenciais em meio à crise gerada pelo golpe de militar de 28 de junho, que depôs o presidente Manuel Zelaya.
A maioria dos países integrantes da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) não reconhece a legitimidade do processo eleitoral.
O assessor especial da Presidência da República do Brasil, Marco Aurélio Garcia, afirmou no último dia 23 que Honduras corre o risco de viver um período de alta instabilidade e que o Brasil não quer assumir responsabilidade por essa situação:
- Achamos lamentável que se queira limpar um golpe de Estado com um processo de eleição que se realiza num país que viveu virtualmente sob o Estado de sítio nestes últimos meses.
Os Estados Unidos, por outro lado, já disseram que reconhecem o pleito no país caribenho, apesar de terem condenado o golpe militar que levou Roberto Michelleti ao poder. Peru, Colômbia, Panamá e Costa Rica acompanham a decisão americana.
O presidente de fato, Roberto Micheletti, afastou-se do poder temporariamente no último dia 25, em uma manobra para tentar dar legitimidade às eleições.
Os candidatos
Quem lidera as pouco confiáveis pesquisas de opinião para as eleições presidenciais é Porfirio Lobo Sosa, do Partido Nacional, derrotado pelo presidente deposto Manuel Zelaya em 2005 por uma diferença de apenas 75 mil votos. Sosa nunca aceitou o resultado, considerando-o fraudulento.
Seu principal rival é Elvin Ernesto Santos, do Partido Liberal. Ex-vice-presidente de Zelaya, Santos renunciou ao cargo e se tornou opositor. Ainda assim, ele continuou filiado ao partido de Zelaya e Micheletti, o que demonstra a verdadeira colcha de retalhos que se tornou a política hondurenha.
Os outros três candidatos possuem pouca expressão e dificilmente conquistarão quantidade significativa de votos. Eles são Felicito Ávila, da Democracia Cristiana (DC), César Ham, da Unificación Democrática (UD) e Bernard Martínez, do Partido de Inovación y Unidad (PINU).
Os dois principais desafios do presidente eleito serão conquistar o reconhecimento da comunidade internacional e reorganizar o país, abalado pela crise gerada com a queda de Zelaya. Honduras é a segunda nação mais pobre das Américas, depois do Haiti.
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