O Brasil é uma potência em um esporte novo, mas que vem crescendo muito em várias partes do mundo: o handebol de areia. E será um representante dessa modalidade, da seleção que conquistou o título dos Jogos Mundiais em Taiwan, que será o porta-bandeira da delegação brasileira nos Jogos Sul-Americanos de Praia.

A cerimônia está marcada para esta sexta-feira (4), às 21h15, em Montevidéu, Uruguai - a cidade recebe os esportes de areia; Punta del Este, os que são disputados no mar.


O representante brasileiro é Gil Vicente - nome que homenageou o autor de teatro português nascido no século 15. Ideia da mãe do jogador de 27 anos, Socorro Paes, que trabalha como arte-educadora em João Pessoa.

Também foi na capital paraibana que Gil, nascido no Recife, começou a jogar handebol - em quadra, na escola -, há 11 anos, quase simultaneamente ao de praia.

Hoje, Gil - 1,95 m, 98 kg - defende a Metodista de São Bernardo, já de muita tradição no handebol de quadra, que agora também montou time de handebol de areia.

- No handebol de areia, a bola é mais leve, um pouco menor e mais macia, justamente para se conseguir segurar, ter mais "grip" (na quadra, os jogadores usam uma "cola" na mão, para ter mais aderência). A gente costuma dizer que nossa "cola" é a toalha.

A bola até quica na areia, mas o jogo é mais de passes, mesmo, e não tem tanto contato físico.

- Para os espectadores é bem atrativo, porque o jogo é rápido (dois tempos de dez minutos), com gols valendo pontos diferentes - o gol espetacular, por exemplo, vale mais.

Diferentemente do que muita gente imagina, diz Gil, o handebol de areia não nasceu no Brasil, mas na região entre Holanda e Itália. No Brasil, apesar de modalidade nova, tem bom crescimento.

Hoje, o país é uma potência na modalidade - a seleção masculina foi campeã nos Jogos Mundiais em 2006 e agora em 2009 (sobre a Croácia) e vice (perdendo da mesma Croácia) em 2008. As garotas vieram dos Jogos Mundiais deste ano, na cidade de Kaohsiung, com a medalha de bronze.

- O clássico mundial é mesmo Brasil e Croácia. Mas existem outros países fortes, como a Turquia e a Hungria.

Em Montevidéu, onde pelo menos até quinta-feira (3) fez muito frio apesar do sol aberto, Gil Vicente se sentiu honrado com o convite para carregar a bandeira brasileira na cerimônia de abertura dos Jogos Sul-Americanos de Praia.

- Nas Olimpíadas, o atleta que leva a bandeira sempre é uma referência do esporte. Então, considero o convite uma honra muito grande. E também me sinto orgulhoso, como se fosse uma referência das modalidades de praia.

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