Os paramilitares e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estão tentando fazer com que alguns de seus membros se candidatem às eleições legislativas de 2010 na Colômbia, denunciou nesta sexta (27) a Missão de Observação Eleitoral (MOE).
A diretora da MOE, Alejandra Barrios, advertiu à imprensa que se faz necessário um especial "acompanhamento da forma como a política vai se comportar" no departamento (estado) de Meta, onde há presença de grupos armados ilegais.
- O assunto do paramilitarismo está voltando a ganhar força no litoral do país (norte), em cinco departamentos, que são La Guajira, Córdoba, Atlântico, Sucre e Magdalena.
Paramilitares querem estar no Congresso
Barrios acrescentou que os paramilitares estão tentando mudar sua estratégia de ter uma forte presença no Congresso, como fizeram em 2006, o que levou à investigação de quase 70 legisladores, alguns deles já condenados por seus vínculos com os ultradireitistas.
Além disso, a diretora do MOE indicou que a presença do paramilitar e traficante de drogas conhecido como "Cuchillo" continua "rondando em Meta, ameaçando a população".
- É preciso olhar a relação efetiva da política por meio dos paramilitares que andam ainda soltos no país e não se desmobilizaram.
Barrios acrescentou que, caso a relação entre políticos e paramilitares seja mantida nas eleições de 2010, isso significaria que a Colômbia "não aprendeu a detectar os votos manchados de sangue". O coordenador da MOE no departamento de Tolima (centro), Gilberto Martínez, denunciou que as Farc "estão tentando se camuflar nos partidos da esquerda".
Policiais com treinamento estrangeiro vai proteger candidatosA MOE pediu que o governo colombiano dê garantias para o processo eleitoral de 2010, no qual os colombianos elegerão presidente e congressistas. Um total de 120 policiais treinados por Estados Unidos e Israel se encarregará de proteger os candidatos presidenciais na Colômbia nas eleições previstas para maio.
O diretor de Segurança e Proteção da Polícia colombiana, o coronel William Salamanca, explicou que esses 120 homens formarão os círculos de segurança mais próximos aos candidatos e haverá outros 2.500 disponíveis para a campanha pelas diferentes regiões do país.
Tradicionalmente, as Farc acentuam suas ações violentas durante as campanhas presidenciais na Colômbia. Para o pleito de maio de 2010, ainda não se sabe se o atual presidente colombiano, Álvaro Uribe, será ou não candidato.
Seus correligionários impulsionaram um projeto de lei, à espera de uma decisão da Corte Constitucional, para convocar um referendo no qual os cidadãos decidiriam se apoiam reformar a Constituição colombiana para que Uribe possa concorrer a uma segunda reeleição imediata.
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